Nesse meu delírio, calor e frio
Você vem à mente, quase uma luz
Que logo se apaga,
Lágrimas na escuridão
O seu nome sufocado pela agonia,
Dor no peito…
Saudades…
De que?
Do que quase era, do pouco que não foi,
Será um dia?
Seria?
Quem iria primeiro?
Dou a mão, o braço, o corpo inteiro,
A boca, o querer
E ao abrir os olhos, você se foi
E diante de mim, flores na parede, ar frio,
A lâmpada quebrada
As roupas no chão…
Deito-me em minha cama e sinto tudo rodar
Pronuncio seu nome e esqueço seu rosto
Para, no dia seguinte, gritar, rasgando por dentro,
Sem ter onde segurar
Apenas o suor frio, que escorre pelas costas,
Molha a roupa e me enlouquece
Doente de amor?
Louca de desejo?
Você nunca saberia, ou poderia entender,
Não olha ao seu redor
Pego minhas palavras e as lanço ao vento,
Mais uma vez,
Para que se percam e, um dia desses, voltem a mim
Ou fiquem pregadas numa placa de rua qualquer
Não corra, não ame, não feche o cruzamento
Essa linha tênue que separa
Sanidade e loucura,
Amor e amizade,
Febre, delírio…
Voo para longe, junto das outras mariposas
Vida breve,
Nela não mais cabe você, que fica para trás
Tentando caçar borboletas…
Eliana Leite
03/06/2004
Simplesmente lindo!!
Pura entrega e descobrimento.
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Esse tem aquela ansiedade de querer saber onde vai parar!
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Aquela agonia da saudades! Descrição perfeita! 🙏🏻
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